Como Instalar Eletroduto Corrugado Dentro das Regras da ABNT
Como Instalar Eletroduto Corrugado Dentro das Regras da ABNT
Quando falamos de instalações elétricas, segurança é mais do que uma prioridade, é uma obrigação. Uma instalação elétrica mal feita pode gerar não apenas prejuízos financeiros, mas também colocar vidas em risco.
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Se você é eletricista, engenheiro, técnico ou apenas alguém interessado em aprender mais sobre segurança elétrica, este guia é para você.
Entre os principais elementos que garantem uma instalação segura está o eletroduto corrugado, responsável pela proteção física dos cabos elétricos.
Mas não basta apenas utilizar o eletroduto: é fundamental que ele seja instalado seguindo critérios técnicos e normas específicas, como a NBR 5410, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Este artigo tem como objetivo esclarecer como realizar a instalação de eletroduto corrugado de maneira correta, segura e dentro das exigências normativas.

O Que Diz a ABNT Sobre Eletrodutos Corrugados
A ABNT é o órgão responsável pela padronização técnica no Brasil, e ela estabelece as regras para garantir a segurança e eficiência das instalações elétricas através da NBR 5410, Instalações Elétricas de Baixa Tensão.
Além da NBR 5410, outra norma relevante é a NBR 15465, que trata especificamente dos eletrodutos plásticos, incluindo o eletroduto corrugado.
Esta norma especifica requisitos como resistência mecânica, resistência térmica, inflamabilidade, entre outros fatores que garantem que o material suporte as condições da instalação elétrica.
Portanto, seguir essas normas não é apenas uma questão de formalidade, mas sim um requisito básico para evitar acidentes como choques, curtos-circuitos e incêndios.
Regras e Requisitos Para Instalação
Escolha do Material Correto
O eletroduto corrugado pode ser encontrado em diferentes versões:
- Leve (tipo I): Para uso em instalações embutidas em alvenaria, sem risco de esmagamento.
- Pesado (tipo II): Para instalações aparentes ou embutidas onde haja risco de impacto ou esmagamento.
Além disso, é fundamental que o eletroduto tenha o selo de conformidade da ABNT, que assegura que o produto foi testado e atende aos requisitos de resistência, isolamento e durabilidade.
Dimensionamento Correto
O dimensionamento do eletroduto é crucial para garantir o espaço adequado para os cabos, evitando sobreaquecimento e facilitando manutenções futuras.
A NBR 5410 estabelece que a ocupação interna do eletroduto não deve ultrapassar 53% de sua área útil.
Por exemplo:
Diâmetro Interno do Eletroduto | Área Útil (mm²) | Ocupação Máxima (53%) (mm²) | Quantidade de Cabos |
20 mm | 235 | 124,55 | Varia conforme bitola |
25 mm | 441 | 233,73 | Varia conforme bitola |
32 mm | 804 | 426,12 | Varia conforme bitola |
O ideal é sempre consultar as tabelas específicas da NBR 5410 para calcular o número máximo de cabos por eletroduto, de acordo com a bitola.
Fixação e Espaçamento
A norma orienta que o eletroduto seja fixado de forma firme e segura, especialmente em percursos verticais e horizontais.
Espaçamento máximo entre fixações:
- Eletroduto Leve: até 0,8 metros.
- Eletroduto Pesado: até 1,2 metros.
Sempre use abraçadeiras, luvas e conexões adequadas. As fixações devem garantir que não haja deslocamento, deformação ou vibração.
Curvas e Trajeto
O eletroduto corrugado é flexível, mas isso não significa que pode ser instalado de qualquer forma. A NBR estabelece que:
- O percurso deve evitar ângulos muito fechados.
- Sempre que houver mais de duas curvas consecutivas ou um percurso superior a 15 metros, é obrigatória a instalação de caixas de passagem.
- As curvas devem ser feitas de forma suave, sem dobras que possam dificultar o lançamento dos cabos.
Proteção Contra Agentes Externos
Dependendo do local da instalação, o eletroduto pode precisar de proteções adicionais:
- Embutido na parede: o eletroduto leve pode ser usado, desde que não fique exposto a esmagamento ou impacto.
- Instalações aparentes: recomendado o uso de eletroduto pesado.
- Ambientes externos, úmidos ou enterrados: utilizar eletrodutos específicos para essa aplicação, geralmente rígidos e com proteção UV.
Boas Práticas na Instalação
A instalação do eletroduto corrugado, além de seguir rigorosamente as normas da ABNT, também exige atenção a uma série de boas práticas que fazem toda a diferença no resultado final, tanto em segurança quanto em durabilidade da instalação elétrica.
Seguir essas práticas não apenas previne acidentes, como também facilita futuras manutenções, amplia a vida útil dos cabos e preserva a integridade da estrutura onde o sistema está sendo implementado.
1 – Escolher o eletroduto
O primeiro cuidado fundamental começa ainda na escolha e no manuseio do eletroduto.
É indispensável verificar se ele não apresenta rachaduras, trincas, deformações ou furos. Muitas vezes, durante o transporte ou armazenamento, o eletroduto pode sofrer danos que comprometem sua função de proteção mecânica e elétrica.
Por isso, uma inspeção visual criteriosa deve ser feita antes mesmo de iniciar a instalação.
2 – Evitar engasgamento
No momento de instalar, é importante garantir que o eletroduto não sofra esmagamentos, principalmente durante processos como a concretagem ou o fechamento das paredes com reboco.
Quando o eletroduto é comprimido, sua seção interna é reduzida, o que pode gerar dificuldade no lançamento dos cabos e, principalmente, superaquecimento dos condutores devido à má ventilação, além de aumentar o risco de rompimento da isolação dos fios.
3 – Deixe folga nas caixas
Outro ponto relevante é sempre deixar uma folga de comprimento, uma sobra de eletroduto nas entradas das caixas de passagem, interruptores ou tomadas.
Essa prática permite melhor encaixe, vedação e também uma flexibilidade maior durante o processo de conexão dos dispositivos elétricos. Essa folga evita que qualquer movimentação na estrutura, seja por dilatação, vibração ou acomodação da alvenaria, traga tensão sobre o eletroduto ou sobre os cabos.
O trajeto do eletroduto deve ser planejado com cuidado. Sempre que possível, deve-se optar por percursos mais retos e com o menor número de curvas.
O eletroduto corrugado, apesar de flexível, não deve ser submetido a curvas muito fechadas, pois isso não só dificulta a passagem dos cabos, como também pode gerar pontos de tensão no material, comprometendo sua resistência mecânica.
Caso o percurso exija muitas curvas, ou seja, extenso, é obrigatório o uso de caixas de passagem intermediárias. Elas são fundamentais para permitir o acesso aos cabos, facilitando tanto a instalação quanto eventuais manutenções futuras.
A fixação do eletroduto na alvenaria ou na estrutura também merece atenção especial. As abraçadeiras, luvas e conectores devem ser aplicados em espaçamentos corretos, conforme especificado na norma, para evitar que o eletroduto se solte, se desloque ou sofra deformações ao longo do tempo.
Esse cuidado é ainda mais crucial em percursos verticais ou horizontais longos, onde a gravidade ou vibrações podem afetar a estabilidade da instalação.
4 – Mantenha os eletrodutos longe do calor
É fundamental considerar a proteção contra agentes externos. Em ambientes sujeitos a umidade, variações térmicas intensas ou exposição direta ao sol, deve-se garantir que o eletroduto utilizado seja adequado para essas condições, preferencialmente modelos com resistência UV e maior resistência mecânica.
Embora o eletroduto corrugado seja amplamente usado em instalações embutidas, sua utilização em áreas externas ou aparentes deve seguir critérios rigorosos, e muitas vezes é preferível utilizar eletrodutos rígidos nesses casos, a fim de garantir maior robustez.
5 – Utilize buchas e protetores
Por fim, uma boa prática essencial é manter sempre uma organização eficiente do trajeto dos eletrodutos dentro da obra.
Isso significa seguir alinhamentos retos, nivelados e paralelos às linhas da construção (paredes, lajes, vigas).
Essa organização não é apenas estética, mas funcional, facilitando que futuras ampliações ou manutenções sejam feitas sem a necessidade de quebras ou intervenções maiores.
Portanto, adotar boas práticas na instalação do eletroduto corrugado não é um detalhe, mas sim uma parte indispensável de uma instalação elétrica de qualidade.
É um conjunto de ações que garantem não apenas o cumprimento das normas, mas também um sistema elétrico confiável, seguro e preparado para durar muitos anos sem apresentar problemas.
Erros Comuns e Seus Riscos
Apesar de ser um material muito utilizado e, aparentemente, simples de aplicar, o eletroduto corrugado costuma ser alvo de erros bastante recorrentes nas obras, principalmente quando não há acompanhamento técnico adequado.
Esses erros podem parecer pequenos durante a execução, mas trazem riscos significativos tanto para a segurança quanto para a durabilidade da instalação elétrica.
1 – Excesso de cabos:
Um dos erros mais comuns é o uso de eletroduto com diâmetro insuficiente para a quantidade de cabos que será passada internamente.
Esse problema, muitas vezes, ocorre por economia inadequada de material ou desconhecimento das tabelas normativas que definem a taxa máxima de ocupação dos eletrodutos.
Quando isso acontece, os cabos ficam comprimidos, dificultando a dissipação do calor gerado pela corrente elétrica. Isso pode levar ao aquecimento excessivo, deterioração da isolação dos condutores e, consequentemente, risco real de curtos-circuitos, choques elétricos e até incêndios.
2 – Falta de caixas de passagem:
Outro erro frequente é a realização de curvas muito fechadas no eletroduto corrugado. Embora ele seja flexível, existe um limite para a curvatura segura.
Curvas acentuadas não apenas dificultam ou impedem a passagem dos cabos, como também podem provocar estrangulamento do eletroduto, criando pontos de aquecimento ou ruptura.
Além disso, quando há necessidade de substituição de um cabo no futuro, essas curvas tornam praticamente inviável o processo de retirada e repasse dos condutores.
Não respeitar o espaçamento correto entre os pontos de fixação do eletroduto é mais um erro bastante observado.
Quando o eletroduto fica mal fixado, ele tende a se deslocar, se deformar ou até se romper sob o peso do concreto, da argamassa ou das movimentações naturais da edificação.
Isso gera falhas ocultas que só serão percebidas quando o sistema apresentar algum defeito, e, muitas vezes, exigem a quebra de paredes para correção.
3 – Fixação mal feita no eletroduto:
Outro problema crítico ocorre na união entre eletrodutos e caixas de passagem, tomadas e interruptores.
O uso incorreto de luvas, buchas e conectores, ou a simples inserção do eletroduto sem nenhum tipo de fixação adequada, deixa pontos de entrada para umidade, poeira e até insetos.
Essa má vedação compromete a proteção dos cabos e acelera o processo de deterioração da isolação elétrica.
4 – Uso de eletroduto leve em locais inadequados:
Por fim, outro erro extremamente grave é não planejar corretamente o trajeto dos eletrodutos.
Esse tipo de descuido compromete não só a segurança da instalação elétrica, mas também a de outros sistemas da edificação, podendo gerar infiltrações, superaquecimentos ou até riscos estruturais.
Portanto, os erros na instalação do eletroduto corrugado, além de comprometerem o funcionamento do sistema, são fatores que aumentam diretamente o risco de acidentes elétricos, choques, curtos-circuitos e incêndios
A correção desses erros após a obra finalizada é, na maioria das vezes, onerosa, trabalhosa e, principalmente, absolutamente evitável se houver planejamento e execução corretos desde o início.
Consequências de Uma Instalação Fora da Norma
Não seguir as normas da ABNT pode gerar problemas sérios, entre eles:
- Incêndios: causados por sobreaquecimento dos cabos devido à má ventilação ou sobrecarga.
- Choques elétricos: pela deterioração do isolamento ou falhas no eletroduto.
- Danos estruturais: como rachaduras em paredes por rompimento inadequado.
- Dificuldade na manutenção: a falta de caixas de passagem ou curvas muito fechadas torna quase impossível realizar reparos sem quebrar paredes.
- Perda de garantias e problemas legais: seguradoras podem se recusar a pagar sinistros em casos de incêndios causados por instalações fora da norma.
Dicas Finais e Recomendações
Ao finalizar qualquer instalação com eletroduto corrugado, é fundamental reforçar que o compromisso com a segurança e a conformidade normativa deve ser prioridade máxima.
Mais do que simplesmente cumprir as exigências da ABNT, adotar uma postura técnica e profissional durante toda a execução do sistema elétrico garante não apenas um resultado mais seguro, mas também mais econômico e durável a médio e longo prazo.
1 – Utilize materiais de qualidade
A primeira recomendação é simples, porém frequentemente negligenciada: utilize sempre materiais de qualidade, certificados e que atendam às normas técnicas vigentes.
Isso vale tanto para o eletroduto quanto para os acessórios, luvas, conectores, abraçadeiras e caixas.
Materiais de procedência duvidosa podem até apresentar um preço mais atrativo no curto prazo, mas os custos de manutenção, reparo e, principalmente, os riscos envolvidos superam qualquer economia inicial.
2 – Contrate profissionais capacitados
Outra orientação essencial é que toda instalação seja precedida de um projeto elétrico bem elaborado, realizado por um profissional habilitado.
Esse projeto define não apenas os trajetos e bitolas dos eletrodutos, mas também garante que a distribuição dos circuitos, a proteção dos cabos e a acessibilidade para futuras manutenções sejam pensadas desde o início.
Uma instalação sem projeto geralmente resulta em improvisos que, além de não atenderem às normas, comprometem seriamente a segurança da edificação.
3 – Documente e teste seu projeto
Também é imprescindível, durante e após a instalação, realizar testes de continuidade, resistência de isolação e verificação de conformidade.
Esses testes garantem que não há danos nos cabos, rupturas no eletroduto ou falhas nas conexões que possam colocar em risco o funcionamento do sistema.
Além disso, é altamente recomendado documentar a instalação. Fotos dos trajetos dos eletrodutos antes do fechamento das paredes, esquemas atualizados e informações sobre pontos de inspeção são extremamente úteis tanto para o cliente quanto para futuros profissionais que, eventualmente, precisem intervir na instalação elétrica.
Essa documentação pode evitar retrabalhos, quebras desnecessárias e reduz significativamente o tempo de manutenção.
Por fim, lembre-se de que o eletroduto, embora muitas vezes não seja visível após o término da obra, é uma peça fundamental na segurança elétrica de qualquer edificação.
Ele protege vidas, bens e garante que a energia chegue de forma segura aos equipamentos, tomadas e luminárias. Portanto, tratá-lo com a seriedade que merece é uma obrigação ética, técnica e profissional.
Seguir as normas da ABNT não é apenas uma exigência legal, mas, acima de tudo, uma escolha consciente por segurança, durabilidade e tranquilidade.
A instalação correta do eletroduto corrugado protege não apenas os cabos, mas também a vida das pessoas e a integridade dos ambientes.
Lembre-se: eletricidade não aceita erros. Investir em uma instalação dentro das normas é investir em segurança, economia e na valorização do seu imóvel.
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